Cher, Sonny e Bob Dylan
Beatnik é um termo criado pelos mass media para catalogar um movimento contra-cultura que surgiu nos anos 60 na literatura, que se proclamava contra o materialismo. Desde então, tem sido alvo de muitos estereótipos e normalmente associado a estudantes de Belas Artes. Mas, nem tudo isto é correcto. Como surgiu nos finais da década de 60, desenvolveu-se em oposição á cultura Punk e á cultura Hippie e, claro, á moda popular em vigor na altura, conhecida actualmente como Retro.
- Torna-te familiar com a filosofia Beatnik; é esta a base essencial. Beatnik é um movimento filosófico, pelo filosofia irá influenciar a decisão de vestuário. É um movimento alternativo, logo é contra a cultura corrente, contra o “popular”, contra o materialismo, contra a sociedade de consumo, apelava ao indivíduo fazer introspecções (reflexões sobre ele mesmo), sublinhava que se devia melhorar o nosso ser interior, estando este acima das posses materiais. Alguns adoptaram o Budismo e Taoísmo como religião. A política tinha tendência a ser Liberal e alguns envergaram pelo Comunismo, mas esta corrente política não está directamente ligada ao movimento. Contudo, o movimento demonstrou mais pessimismo na mudança do que optimismo.
- Lê livros de escritores do movimento; Familiariza-te com poetas Beat como Ginsberg e Jack Kerouac. É essencial ler On the Road de Jack Kerouac. William Burroughs também é aconselhado.
- Começa a ouvir Jazz; Anaïs Nin chamou ao Jazz “a linguagem da alma”. Outros géneros musicais como Blues e Folk, especialmente a música de intervenção, como Bob Dylan e Zeca Afonso. Pink Floyd e The Beatles, também eram populares. Toda a música que apele á introspecção e á mudança de mentalidade era popular no movimento Beatnik.
- Começa a fazer reflexões; sobre a consciência, sobre a religião, os valores, o que é moral e o que não o é e porquê, sobre o sexo, sobre as drogas, sobre a experiência humana, sobre a mente, lê livros de psicologia e reflecte sobre eles.
- Compra um bloco de notas e inicia-te na poesia; não é necessário ser poesia com floreados e um vocabulário erudito, inverna numa poesia livre e simples, se quiseres. Não precisa de rimar nem ser coerente, o que importa é que tenha significado para ti. Actualmente, até podes criar um blog onde podes apresentar a tua poesia e os teus escritos.
- Frequenta cafés e pubs direccionados a artistas; lá podes escrever a tua poesia, conversar com outras pessoas que tenham os mesmos interesses em poesia e outras artes como pintura, teatro, desenho, dança, fotografia, etc. Podes discutir sobre política e outros temas e podes ler a tua poesia e ouvir a de outros poetas em serões.
- Em termos de vestuário; não compres roupa de preços caros, isso seria hipócrita. Compra a tua roupa em lojas baratas e de preferência que vendam roupa produzida no teu país; se vives numa grande cidade procura na Baixa. Quanto á moda Beatnik, o preto era a cor de ordem para todo o vestuário. As boinas (conhecidas popularmente como “boina de pintor”) eram muito famosas e ficaram estereotipadas no movimento. A roupa formal, como camisas, vestidos rectos, saias tubo, sapatos clássicos, calças de fato (para homem), eram muito utilizadas. Blusões de cabedal e blazers de fato. Camisolas às riscas pretas e brancas ficaram também associadas ao movimento. Camisolas de gola alta. Camisolas justas de manga comprida. Calças justas com sabrinas para as raparigas era muito comum. Roupa simples, económica e sempre preta.
- Era muito comum entre os homens usarem barba no queixo e no bigode, a vulgo “pêra”. O cabelo comprido e despenteado era popular devido ao choque que causava na população conservadora (actualmente, já não causa choque). Para as raparigas, cabelos compridos e naturais, podes optar uma dramática franja cortada em casa, tudo num protesto contra os salões de cabeleireiro.
- Tocar Bongos era muito conhecido no movimento Beatnik; que até se tornou um estereótipo do movimento.
Edie Sedgwick (modelo e actriz norte-americana dos anos 60)
- Bons músicos Jazz e Blues incluem: John Coltrane, Miles Davis, Billie Holiday, Frank Sinatra, Nat “King” Cole, Ray Charles, Edith Piaf, B.B. King, Muddy Waters, Nina Simone, Lois Armstrong, Ella Fitzgerald, etc.
- Boa Literatura Beatnik: Allen Ginsberg (sendo o seu poema mais marcante para o movimento: "Uivo", escrito em 1956), Jack Kerouac ("Pela Estrada Fora", de 1957) e William S. Burroughs ("Festim Nu", de 1959). Charles Bukowski e Gregory Corso também fazem parte da literatura básica do movimento durante os anos 60. Livros de Henry Miller, Anäis Nin, Nietzsche e Marquês de Sade, também era muito frequentes.
personagem Michael Fitzsimmons, um beatnik, do filme "Peggy Sue Got Married" de Francis Ford Coppola.
Aconselho a visualização do filme.
De Anónimo a 18 de Agosto de 2010 às 12:23
Poderias fazer uns post´s referentes aos anos 20, 30,...80,90?
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